Figura 2. O padrão de difração mostrado pelas partículas no experimento com a fenda. O espalhamento é maior quando a fenda é estreita (curva vermelha) e menor quando a fenda é ampla (curva azul).
Com a ajuda das relações de Heisenberg, nós podemos facilmente interpretar esses resultados em termos dos conceitos clássicos de ‘partícula’ e ‘trajetória’ (os quais, como falamos na seção sobre implicações, devem ser usados com cuidado quando lidando com fenômenos quânticos). Considere, por exemplo, o caso da fenda estreita, e chame de t o instante no qual se espera que a partícula atravesse a fenda. Para que chegue até a placa de detecção, a partícula tem que passar através de um buraco pequeno: sua coordenada radial no tempo t é assim precisamente determinada. Em outras palavras, a fenda serve como um filtro que seleciona somente aquelas partículas cujas posições radiais estejam dentro de uma pequena região. De acordo com as relações de Heisenberg, para essas partículas a incerteza na velocidade transversal (i.e. os componentes do vetor velocidade paralelos à tela) em um tempo t é grande. De fato. quanto menor a fenda, maior a velocidade transversal pode ser. Por causa de sua velocidade, cada partícula desvia do eixo enquanto voando entre a fenda e a placa de detecção, e é finalmente detectada na placa em algum lugar em um círculo cujo raio é inversamente proporcional à amplitude da fenda (compare a curva vermelha com a azul na figura).Experimentos deste tipo tem sido realizados desde os anos 60 com feixes de nêutrons. Hoje em dia moléculas relativamente grandes também estão sendo testadas.