Nós sabemos muito bem como medir a velocidade ou a posição de uma partícula quântica. Mas, neste caso, nós dificilmente conseguimos pensar em posição e momentum como tendo valores bem definidos independentemente do contexto preciso de suas observações. (Ver complementaridade e sobreposições para discussão aprofundada.)
Além de suas profundas implicações filosóficas, as relações de Heisenberg são um princípio empírico de alcance mais amplo. Elas explicam, por exemplo, porque a procura por partículas minúsculas demanda aceleradores gigantescos: um tamanho pequeno estando acoplado a um grande momentum, as partículas precisam ser aceleradas até energias enormes para que se possa explorar escalas de comprimento infinitesimais.
Entre as implicações fundamentais das relações de incerteza posição/velocidade, nós podemos mencionar a difração de feixes de partículas (ver evidência experimental) e a indiscernibilidade de partículas quânticas.
As relações de incerteza Tempo/energia têm importante implicações empíricas também. Um exemplo é fornecido pela impossibilidade de determinar simultaneamente, com precisão arbitrária, a fase que caracteriza o aspecto ondulatório de um campo de luz e o número de fótons que caracteriza seu aspecto corpuscular. Isso acontece porque o tempo entra na definição da fase do campo, enquanto que o número de fótons determina a energia do campo. De modo análogo, quando consideramos o fóton emitido no decaimento de um átomo excitado, é impossível prever tanto quando o fóton será emitido e qual será sua frequência (a energia do fóton e a frequência estão ligadas pelas relações de de Broglie). Isso justifica porque a meia-vida do átomo, i.e. o tempo médio que o átomo permanece excitado antes de emitir radiação, está ligado à largura natural das linhas espectrais, i.e. a largura da distribuição de dos fótons emitidos.
As flutuações quânticas são responsáveis por diversos efeitos fundamentais. Nós mencionamos dois, que possuem um papel chave na eletrônica e na astrofísica respectivamente: tunelamento quântico (partículas ‘atravessando’ uma barreira de potencial que elas não poderiam vencer de modo algum de acordo com a mecânica clássica) e a evaporação de buracos negros (dos quais, por definição, nenhuma energia deveria escapar: vazamentos acontecem por causa de flutuações quânticas).
As partículas virtuais são amplamente utilizadas em teoria quântica de campos como um conceito útil para visualizar interações (subatômicas) elementares e desenvolver os cálculos relacionados. Alguns efeitos observados na escala atômica podem ser explicados por modelos que envolvem partículas virtuais (um exemplo é o efeito Casimir, i.e. a atração entre dois espelhos neutros de frente um para o outro).