As implicações exóticas do princípio de sobreposição fazem aparecer dúvidas sobre a possibilidade de estender a mecânica quântica para além do domínio dos fenômenos atômicos.
O paradoxo do gato de Schrödinger, por exemplo, enfatiza o fato de que o princípio de sobreposição não parece ser aplicável ao mundo ‘macroscópico’, ainda que não exista nada na mecânica quântica que proíba o emaranhamento entre sistemas atômicos e corpos macroscópicos. Como apontado por John von Neumann, essa situação se apresenta toda vez que uma medição é realizada, já que, de acordo com a mecânica quântica, o sistema observado se torna emaranhado com o dispositivo de medição. Este é um aspecto do chamado ‘problema da medição’ (ver gato de Schrödinger).
Um segundo aspecto é ilustrado pela seguinte situação. Considere um átomo numa caixa e suponha que, baseado na sua função de onda, nós prevemos que o átomo está em qualquer lugar da caixa. Agora suponha que em um tempo t0 nós medimos a posição exata do átomo e o encontramos em um pequena região em torno do ponto


As amplas implicações do princípio de sobreposição também têm sido analisadas na estrutura conceitual da lógica. Ao preço de modificar os axiomas da lógica clássica, é possível levar os fenômenos quânticos para um mundo subjacente de objetos e propriedades. Já que tais objetos obedecem às regras da lógica quântica, entretanto, eles exibem comportamentos que diferem substancialmente daqueles de suas contrapartidas clássicas.
O estudo da estrutura formal do espaço de estados, e em particular dos estados emaranhados, tem provado ser muito estimulante nos campos da ciência da informação e da computação. Experimentos recentes têm demonstrado a possibilidade de ‘teleportar’ um estado quântico, transmitindo informação quântica encriptada e emaranhando algumas portas lógicas quânticas para implementar algoritmos quânticos fundamentais (ver também gato de Schrödinger).